12 de junho de 2012

Memórias da Era da Borracha: Capítulo 5 - Flanar pelo lado esquerdo da cidade

8. Flanas pelos bairros esquerdos cheio de nonchalance.

9. Os sujeitos enunciadores são, agora, outros: o lapidário, o visconde, o anjo, o imigrante, o coronel de barranco, a francesa, a dama na sala, a dama na janela, a moça de tranças, o noivo, o jornalista, o oportunista, a negrinha, o homem do circo, a música que toca, o convidado, o vendedor, o estrangeiro, a índia da memória, Nossa Senhora, a sombra... cartas de um baralho-látex. Ler o futuro.
10. Nos hotéis e nas hospedarias, à hora do jantar, seguia um rumor etéreo. Uma menina enumerava os ferros. Ninguém se espantava.
11. Cada facção de segundo enumerava o resto do mundo - uma alma passava voando; ou duas: nada as sustentava.
12. Há dois milhões de mundos ao redor, e no entanto o quarto... Só e memorioso, como aos pés do minotauro, o moço está sentado na poltrona.
13. Coisas a enumerar: as categorias do efêmero, do transitório e do tributável.
O Guamá macio, um ou mais transeuntes inúteis,
o pão quente do forno de 18 horas,
Uma hostil fotogenia,
Um sideral desejo de morrer.
Em dezembro o tempo devém.
Mas gostaria mesmo era de enumerar os gafanhotos.
Continua amanhã.
Para entender melhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário